A enganação feminista e a realidade do aborto

Elena Valenciano é uma deputada espanhola. Do mesmo partido do Primeiro-Ministro Zapatero, o PSOE (Partido Socialista Obrero Español), ela é uma feminista.

Alguma surpresa? Nenhuma surpresa, dado que o movimento feminista, que em seus primórdios tinha uma agenda que poderíamos classificar como positiva e aceitável, hoje em dia encontra-se infestado de gente que está se lixando para a dignidade das mulheres, dado que a única coisa que se ouve as militantes gritarem é sobre um suposto “direito” ao aborto, ao assassinato de bebês ainda no ventre das mães.

Elena Valenciano, como esquerdista, deve entender um bocado de morte, pois a esquerda espanhola soube como poucos implementar uma perseguição religiosa aos católicos que manchou e marcou para sempre aquele país. O saldo de religiosos e religiosas brutalmente assassinados na primeira metade do século passado, muitos com requintes de extrema crueldade, ultrapassa os milhares. Isto sem contar as igrejas, mosteiros e outros patrimônios artísticos e culturais também arrasados pelos esquerdistas e anarquistas em sua sanha anti-católica. Destruição é com eles mesmos.

Como abortista, Elena Valenciano também entende muito de morte, pois só mesmo uma abortista como ela teria a cara-de-pau de dizer que um aborto não é um assassinato. Só mesmo um(a) abortista para tentar distorcer até o que é o ato do aborto.

O caso é que a deputada espanhola, a entendida em morte, escreveu um artigo para o jornal El Pais no qual ela nega a essência do aborto. No artigo “Niñas: el aborto ‘no’ es un asesinato”, a deputada escreve coisas como:

“Tampoco es una buena opción lanzar mensajes tan dramáticos como hipócritas (“La barriga es una zona libre de pena de muerte” o “Mamá, no me mates”) que pretenden cargar sobre la conciencia de niñas y mujeres, la idea de que el aborto es un asesinato. No es verdad. Es tan sólo la verdad de los que consideran que hay vida en el mismo momento de la fecundación y anteponen el derecho del embrión al derecho de la madre, o que profesan una determinada fe o religión o filosofía. Pero la interrupción voluntaria del embarazo, según la legislación española actual, así como en la reforma propuesta (y la europea comparada, por cierto), no es un asesinato.”

Escrito após a monumental manifestação Pró-Vida ocorrida naquele país, o artigo da deputada beira o desespero patético daqueles que são pegos em uma mentira e, para tentar consertar a besteira, contam uma mentira maior ainda.

O que a deputada pretende ao posar de arauta da consciência das mulheres é que elas não tenham a consciência do ato hediondo que estão cometendo. No mundo vermelhinho de Elena Valenciano, o aborto deverá ser encarado como compras no shopping da esquina ou como a ida a uma partida de futebol, uma coisa bem natural.

Mas o que impressiona mesmo na desfaçatez da política espanhola é que ela nega até mesmo o que dizem os próprios abortistas. E olhem que não são abortistas teóricos: são abortistas de ponta, os que executam os bebês com as próprias mãos.

Deixo 2 exemplos. No primeiro, indico o documentário “Killing Girls”, do cineasta David Kinsella, que aborda o drama do aborto na Rússia. Claro que os 70 anos de comunismo têm um peso enorme no fato de que naquele país uma mulher faz por volta de 6 abortos em sua vida. A Rússia tornou-se, nos tempos pós-comunistas, famosa pela exportação de esposas de aluguel e prostitutas para vários países desenvolvidos. As mulheres que ficam devem se conformar com a herança moral do comunismo, que tornou o aborto uma coisa tão banal que há mulheres que fazem mais de 10 em suas vidas.

O resultado desta indiferença coletiva em relação ao aborto, exatamente o que deseja Elena Valenciano e outros(as) abortistas, é o que é mostrado no documentário. Ganha um prêmio quem trouxer um único discurso da deputada espanhola denunciando o descaso com que são tratadas as mulheres na Rússia. Ganha um bônus quem trouxer algum escrito de uma abortista nacional nos qual seja mostrado o que os anos de puro esquerdismo fizeram pela “liberação” da mulher.

No trailer do documentário, que pode ser visto abaixo, aos 3 minutos e 40 segundos podemos ver uma profissional de saúde que tem o peculiar trabalho de executora de bebês ser sincera sobre o seu trabalho e sobre o que é o aborto na Rússia:

“Sim, é assassinato legalizado.”

Assassinato. Puro e simples assassinato. E isto foi dito por quem tem o ofício de cometê-los, e não por uma política que de seu gabinete escreve a jornais querendo distorcer a realidade e embotar as consciências. É assassinato. Ponto.

 

Em um outro exemplo, um médico aborteiro, nos EUA, também foi extremamente sincero sobre como ganha seu pão diário. Aos 24 segundos do vídeo abaixo, o Dr. Curtis Boyd, admite o que gente como Elena Valenciano quer varrer para baixo do tapete das consciências:

“Eu estou matando? Sim, estou.”

Esta é a realidade de cada aborto feito: a morte de um ser humano. Esta é a realidade que as feministas querem esconder das mulheres. Até mesmo quem tem por ofício assassinar crianças não nega tal realidade, mas vem uma política, uma esquerdista e militante feminista e quer negá-la.

Mas o artigo da deputada espanhola, que já foi citado em círculos de abortistas brasileiros, sendo até mesmo indicado por twitteiros abortistas, é tão ridiculamente patético que até mesmo outras feministas são capazes de refutá-lo.

A cientista Camille Paglia, lésbica, conhecida feminista, em um momento de extrema sinceridade, admitiu:

“Por isso eu sempre admiti francamente que o aborto é um assassinato, o extermínio dos fracos pelos mais fortes. Os liberais [N. do T.: seria o equivalente aos esquerdistas brasileiros], na maior parte das vezes furtaram-se de enfrentar as conseqüências éticas de seu apoio ao aborto, que causa a aniquilação de indivíduos concretos e não apenas de pedaços de tecido.” (original aqui)

Ou seja, a argumentação de Elena Valenciano é tão fraca que ela não convenceria nem mesmo uma feminista que tenha guardado o mínimo de honestidade para admitir o que é realmente o aborto. Mas é claro que a deputada não está nem aí para a honestidade, o que ela quer mesmo é agradar uma turminha como, por exemplo, a dos abortistas brasileiros, nem que para isto ela tenha que enganar a maioria das mulheres, nem que para isto ela tenha que posar de feminista-que-se-importa-com-o-bem-estar-das-mulheres.

O problema único é que há uma enfermeira russa, um médico norte-americano e uma feminista que teimam em dizer o óbvio: aborto é assassinato.

1 COMMENT

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *