Após uma longa batalha contra o câncer, o Dr. Bernard Nathanson faleceu ontem em Nova York.
Para quem não sabe, Dr. Nathanson foi um dos maiores abortistas dos EUA. Foi… Já não era há muito, tendo se tornado um ativista pró-vida após ter suas convicções pró-aborto colocadas em xeque com o advento do ultra-som, convencendo-se que a cada aborto é morto um ser humano.
Dr. Nathanson dizia-se pessoalmente responsável por mais de 75.000 abortos, tendo feito com suas próprias mãos mais de 5.000 destes abortos.
O médico, que em seu tempo de abortista foi dos líderes mais influentes, mostrou as táticas de grupos pró-aborto para flexibilização da opinião pública em relação ao tema. Segundo ele, a mentira, a dissimulação, a enganação são táticas recorrentes entre os pró-aborto.
Uma outra tática era ligar a oposição ao aborto apenas ao catolicismo, e ao catolicismo mais tradicional, criando uma falsa divisão entre a hierarquia e os fiéis. Quem acompanha um pouco como a estratégia dos abortistas no Brasil sabe bem que estes procedimentos são ainda utilizados largamente pelos abortistas em geral.
Algum tempo após sua passagem de pró-aborto para pró-vida, Dr. Nathanson, de origem judaica e que até então dizia-se ateu, converteu-se ao catolicismo. Que grande Graça! Qual o filho pródigo, que abandona uma vida miserável — sua escolha! — para retornar ao convívio do pai, o médico responsável por tantas mortes abandonou suas práticas assassinas e, ciente de seus erros e sinceramente arrependido, foi ao encontro do Pai Eterno, que, misericordioso, abraçou este filho que por tanto tempo esteve afastado.
Já convertido à causa Pró-Vida, o médico foi responsável pela produção do documentário “O grito silencioso” (“The silente scream”), no qual era mostrado o comportamento de um bebê não-nascido tentando desvencilhar-se dos instrumentos do abortista.
Quem já viu o filme, sabe que não é coisa fácil de assistir, mesmo para quem tem estômago forte. São imagens como estas que mostram o quão vazia é a retórica abortista, pois não há “direito reprodutivo” que valha o desmembramento e sucção de uma criança ainda não nascida.
Dr. Bernard Nathanson também produziu outro documentário: “O eclipse da razão” (“Eclipse of reason”). Neste os procedimentos de aborto são mostrados de forma mais gráfica ainda e há também depoimentos de médicos que foram abortistas, exatamente como o próprio Dr. Nathanson.
Fica aqui a homenagem a Dr. Nathanson, um homem que por suas próprias forças conseguiu descer tão baixo que chegou ao ponto de fazer um aborto em uma mulher que ele próprio engravidara. Pois foi este homem tão envolvido na Cultura da Morte que, qual um São Paulo, teve as “escamas” de seus olhos removidas apenas quando viu pelo ultra-som o que suas ações produziam. A partir deste ponto, Dr. Nathanson tornou-se pró-vida e, um pouco mais tarde, aceitou a Fé Cristã.
“Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5, 20) – Dr. Nathanson foi a prova viva desta verdade bíblica. Não há pecado tão grande que a Graça de Deus não consiga superar.
Que o Altíssimo o receba de braços abertos, pois ele era a ovelha que estava perdida e foi achada.
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Assista aos documentários produzidos pelo Dr. Nathanson:
“O grito silencioso”