Em tempos em que forças obscuras começam a se movimentar novamente para liberar a matança de crianças gravemente doentes sob pretexto humanitário, as palavras de mães que vivenciaram a experiência são mais do que bem-vindas.
A um médico é fácil jogar na cara de mães e pais um diagnóstico (que sempre tem a possibilidade de ser falho) e sugerir ou aconselhar o término da gravidez, pois não será ele que terá que arcar com as conseqüências físicas e psicológicas.
A uma feminista, um bebê anencéfalo é nada mais que uma oportunidade, como pode ser lido na revista Estudos Feministas, vol. 0 n° 0 do 2° semestre de 1992:
“(…) o único valor da proposta de lei sobre o aborto com indicação embriopática (…) a partir do ângulo da integridade e autonomia das mulheres, reside no fato de ampliar o leque de possibilidades de abortamento, como etapa tática para alcançar, dentro de uma estratégia de luta, a liberação mais ampla dos casos permitidos na lei para a interrupção da gravidez.”
Os bebês anencéfalos, seres humanos gravemente doentes, são, para tais pessoas, apenas parte de uma “etapa tática” até a liberação total do aborto. Bem sabem eles que cada pequena flexibilização lhes é proveitosa.
E é por isto que o depoimento destas corajosas mulheres, que tiveram a coragem de levar à frente uma gravidez mesmo contra os conselhos médicos, ou que tiveram a coragem do arrependimento contribui muito para mostrar que a medida para lidar com a vida não é o tempo, mas o Amor.