Há gente que comenta aqui ou na página no blog no Facebook algo como quem somos nós, os pró-vida, para nos metermos ou opinarmos sobre o que as mulheres decidem fazer com suas próprias vidas? Deixando de lado o fato de que não se trata apenas da vida das mães, mas também da de seus filhos, o que mais impressiona em tal afirmação é o completo desprezo pelo que seja o próximo. E isto independe da visão cristã do que seja o próximo, pois mesmo uma visão não-cristã pode muito bem prezar por um compromisso ético básico que não deixe a existência de um ser humano frágil e inocente sujeita às vontades ou mesmo às dificuldades de um outro ser humano.
A voz pró-vida equivale a quem avisa sobre o perigo e a insanidade que um motorista dirija bêbado, em alta velocidade, sem cinto de segurança, em uma estrada esburacada em dia de chuva. Não é preciso muito raciocínio ou dons adivinhatórios para que se saiba que a probabilidade de acontecer algum acidente grave é muito grande. Se se dirige desta forma imprudente durante muito tempo, esta probabilidade aproxima-se mais e mais de 1.
O problema de sociedades em que o aborto é liberado é exatamente que este motorista bêbado e imprudente está há muito solto pelas ruas e sua imprudência, ao invés de ser coibida é, bem ao contrário, estimulada e encarada como direito. E isto sim é desastroso não apenas para cada indivíduo, mas também para toda a sociedade.
O aborto é um mal tão grande em si mesmo, que temos a tendência natural de encará-lo como se este fosse o clímax e o resultado final dos males atuais. Mas, infelizmente, isto não é assim, pois a Cultura da Morte é bem mais poderosa do que sequer podemos imaginar.
Exemplos não faltam… Recentemente, nos EUA, país onde o aborto é liberado e que sob os governos dos democratas Bill Clinton e Barack Obama fornece dinheiro para o abortismo internacional, veio a público o caso de uma jovem da Pennsylvania que deu à luz e matou seu filho recém-nascido no banheiro de um bar.
Amanda Hein e três de seus amigos estavam em um bar assistindo lutas na TV, quando ela pediu licença alegando dores nas costas e foi ao banheiro. Lá chegando, Amanda, que havia escondido de todos que estava grávida, deu à luz seu filho. Em seguida, sufocou a criança e o colocou no reservatório de água do vaso sanitário. Mais tarde, o corpo do bebê foi encontrado por funcionários do estabelecimento. Durante as averiguações, foi descoberto que Amanda, ao sair do banheiro após matar seu filho, tinha manchas de sangue em suas roupas e falou para seus amigos que aquilo não era nada. Ela saiu para fumar um cigarro e ficou ainda 1 hora no bar, bebendo e conversando com os amigos. Após, foi para casa e só foi presa mais tarde. Ela agora será acusada de assassinato.
Quando tentamos racionalizar o mínimo sobre este caso, parece difícil não imaginar que Amanda Hein tenha algum grave problema psicológico e que talvez casos como o de Amanda tratem-se de pontos fora da curva.
Pulamos então para o caso de Lindsey Lowe, 26 anos, do estado do Tennessee, nos EUA. Da classe média alta, Lindsey também escondeu sua gravidez de todos, e ninguém também notou, provavelmente devido a seu histórico de variação de peso. Ela estava consciente de sua gravidez, pois durante seu julgamento foram mostradas evidências de buscas na internet feitas por ela relacionadas à gravidez. Em 12 de setembro de 2011, Lindsey deu à luz a gêmeos no banheiro da casa de seus pais, onde ela ainda morava. Em seguida, segundo seu próprio testemunho, para evitar que o choro dos bebês ela os sufocou e deixou-os em um cesto de roupa para lavar, onde o corpo de um deles foi encontrado por um membro da família após dois dias. Mais tarde, quando a polícia chegou para investigar o caso, o corpo do segundo bebê foi encontrado. Após julgamento, Lindsey irá passar o resto de sua vida na prisão.
Mais e mais casos como este poderiam ser trazidos… E é bom dizer que tais acontecimentos não são exclusividade dos EUA. Cá no Brasil temos nossa cota de bebês abandonados em latas de lixo, jogados em rio, mortos em banheiros. Tudo isto é um nítido sinal do avanço da Cultura da Morte em nossa sociedade e é este o principal foco da luta pela vida. O aborto é sintoma, não a doença principal.
Quem leu os casos de Amanda Hein e Lindsey Lowe com um pouco de atenção, pôde notar que os pais dos bebês não foram mencionados. Amanda havia engravidado de seu ex-noivo, quando ainda estavam juntos. Lindsey, que estava noiva, não sabia se o pai de seus gêmeos era seu noivo, pois havia tido um caso e pensava que talvez o pai de seus filhos pudesse ser o homem com quem ela havia se relacionado. Ambas também mantiveram suas famílias na ignorância do que com elas estava acontecendo. A madrasta de Amanda, ficou horrorizada com a atitude de sua enteada e declarou que eles dariam um jeito caso a criança não tivesse sido morta. A família de Lindsey tampouco conseguiu compreender seu ato trágico e estavam devastados com o acontecido.
Assim como os pais das crianças, as famílias também foram afastadas pelas jovens Amanda e Lindsey. Justo as famílias, que poderiam fornecer-lhes o necessário apoio durante as dificuldades, foram deixadas de lado por ambas. E os pais de seus filhos, que tinham a obrigação de dividir as responsabilidades, foram mantidos no escuro, e as jovens preferiram levar uma gravidez sem qualquer preparação, dar a luz, matar seus filhos e agora irão passar o resto de suas vidas na prisão, provavelmente.
Difícil é pensar onde foi que começou um drama desta proporção, mas não é difícil imaginar o papel que a relativização do valor da vida humana tem nisto tudo. Tampouco é difícil ver como um desastroso conceito do que seja a autonomia feminina levou ambas as jovens a manterem os pais de seus filhos na completa ignorância do que lhes acontecia. E o que dizer da distância com que foram mantidas suas famílias? Tudo isto vem envolto no que chamamos a Cultura da Morte…
O aborto é uma das faces mais horrendas, mas não é a única. O profundo egoísmo, a destruição de famílias e seus valores mais profundos, o hedonismo como única medida para todas as coisas, etc., tudo isto está na raiz dos problemas de nossa sociedade e em casos como os relatados acima e o drama do aborto é mais uma prova de que os mais frágeis são os que mais sofrem.
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Fontes:
Police arrest mother, 26, for murder after she ‘gave birth in bathroom of busy sports bar…
Tennessee woman guilty of smothering, killing her newborn twins in 2011