A deputada Jandira Feghali, do PC do B, recentemente divulgou em sua página no Facebook, uma imagem no qual é afirmado que “1 mulher morre a cada 2 dias por aborto clandestino”. Curiosamente, no texto que acompanhava a imagem a deputada falava em 1.000.000 de abortos anuais no Brasil, como podemos ver na imagem acima. Oportunista, a publicação da deputada aproveitou a “deixa” da morte de Tatiana Camilato, que está sendo investigada devido a suspeitas que ela tenha se submetido a um aborto na cidade do Rio de Janeiro.
A tara da esquerda, do qual a deputada Jandira Feghali é uma representante de peso, com números agigantados de abortos no Brasil é coisa para anos de divã. Digno de tratamento também é o fato de ela e toda a esquerda “bloquearem” o fato de que a cada aborto “bem sucedido” (segundo os parâmetros dos abortistas) pelo menos uma vida humana é cruelmente eliminada. Talvez mesmo esta peculiar capacidade de decidir quem merece ou não viver seja uma coisa bem própria do comunismo e as mais de 100 milhões de morte desta ideologia macabra estão aí como testemunha. E que fique claro: 100 milhões sem contar números de abortos. Se eles já fizeram isto com quem tinha a capacidade de se defender, não surpreende que eles procurem fazer o mesmo com seres humanos ainda não nascidos e que não têm qualquer capacidade de se defender.
Dado este fetiche por números exagerados de abortos, não é de surpreender ninguém que os defensores da liberação do aborto utilizem-se de uma trágica morte como a de Tatiana Camilato para tentar levar um pouco mais à frente a agenda abortista. Instrumentalização da desgraça alheia não é coisa que lhes cause dilemas éticos.
A deputada em sua postagem alega que os números vêm da OMS. Bem, tais entidades internacionais, embora tenham peso no nome, estão infestadas de gente que pensa provavelmente como a deputada, principalmente em relação a assuntos como o aborto, mas é forçoso dizer que nem é este o problema neste caso. O fato é que este número de 1.000.000 de abortos anuais no Brasil é uma rematada farsa, o que já havia sido apontado pela saudosa Dra. Zilda Arns, que fez um questionamento sobre a veracidade de tais números à OMS. Esta foi a resposta que ela obteve da entidade:
“1. A Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde não auspiciaram, financiaram nem realizaram qualquer estudo ou investigação sobre abortos no Brasil.
2. Tampouco temos conhecimento de algum estudo ou investigação que tenha sido feito com bases cientificamente sólidas e cujos resultados possam extrapolar-se confiavelmente para todo o país.
3. Em alguns documentos oficiais da OMS ou da OPAS, publicam-se informações de fontes nacionais, também oficiais. Porém, nesse caso não temos conhecimento de se haver feito levantamento com informação referente ao Brasil e de âmbito nacional.
4. Há três ou quatro anos, um professor brasileiro fez uma publicação jornalística com dados sobre abortos, assinalando que era uma informação da Organização Mundial de Saúde. Nessa oportunidade nossa Representação enviou uma nota esclarecedora, no sentido do exposto nos pontos anteriores […].
5. Lamentavelmente, não é a primeira vez que, levianamente, toma-se o nome da Organização Mundial de Saúde e/ou da Organização Pan-Americana de Saúde para dar informações que não emanam dessas instituições.” (negrito meu)
O trecho em negrito é para que fique bem claro o que a própria OMS pensa sobre a atitude de quem usa o nome da instituição para divulgar dados que não partiram dela: é leviandade.
Mas parece que a leviandade não atinge apenas a divulgação da fonte de números de abortos clandestinos no Brasil. A coisa é tão grave que sobrou até para a Matemática! Causa estranheza até em uma criança que esteja aprendendo a fazer contas que morra uma mulher devido a abortos clandestinos a cada 2 dias no Brasil e ao final de um ano tenhamos mais de 1 milhão de mortes.
Evidente que quem viu a postagem de Jandira Feghali torceu o nariz para a peculiar aritmética da deputada e começou a fazer troça com este “deslize” nas redes sociais. Para tentar minimizar a gafe, a postagem foi editada e a deputada retirou as palavras “no Brasil” (como pode ser visto na imagem), querendo com isto indicar que as mais de 1 milhão de mortes às quais ela se referia eram no mundo inteiro.
Boa tentativa, deputada! Mas, como parece que os comunistas não aprendem mesmo que suas mentiras têm pernas bem curtas, o número de mais de 1 milhão de mortes por abortos anuais não se sustenta nem mesmo se for tomado como indicativo do que acontece no mundo inteiro. Segundo a OMS — a mesma entidade que classifica como leviandade, como fez a deputada, que se divulgue dados falsos em seu nome –, estima-se (note-se bem: estima-se) que morram 47.000 mulheres anualmente devidos a complicações causadas por “abortos inseguros”.
Ou seja, os números estão errados para o Brasil e estão igualmente errados para o mundo. Talvez a deputada devesse editar novamente sua publicação e alegar que os números são referentes aos abortos da galáxia ou do universo, pois deve ser mais fácil a ela provar a existência de vida fora da Terra que conseguir fazer alguém acreditar nestes números. Se nem assim isto colar, ela pode tentar tratar de mundos paralelos ou coisa parecida. Stalin deve estar todo orgulhoso desta sua filhota querida.
Mas o que faria bem mesmo é se a nobre deputada admitisse que errou feio e não sabia onde estava com a cabeça quando resolveu divulgar tais números fantasiosos. Algo me diz que isto não vai acontecer…
Ironias à parte, mas não que ela não as mereça, o que a deputada fez não é um deslize e tampouco uma gafe. Isto é método, é coisa calculada. A militância abortista e quem lhes dá apoio, seja da classe política, seja da classe artística ou mesmo da mídia faz isto de caso pensado. E faz sempre que possível. É por isto que este número de 1 milhão de mortes por aborto clandestinos volta e meia é repetido por políticos como Jandira Feghali ou por formadores de opinião.
O já falecido Dr. Bernard Nathanson, que era um ferrenho abortista que converteu-se e passou a ser um destemido pró-vida, denunciou a tática abortista de aumentar absurdamente o número de abortos como forma de criar comoção junto à opinião pública sobre o assunto. Ou seja: não há deslize ou gafe por parte de Jandira Feghali e o número absurdo que ela divulgou, é apenas o velho método abortista de enganar ao máximo o maior número de pessoas.
Se a deputada quer mesmo falar sobre aborto, como ela indicou pela utilização da hashtag “#PrecisamosFalarSobreAborto”, por que então ela não começa deixando dados fictícios de lado e procurando realmente os números reais do problema? Por que, afinal, a necessidade de exagerar os números? Por que a tentativa de enganar? Por que aproveitar uma tragédia como a morte de uma mulher (que ainda está sendo investigada) e instrumentalizá-la mais uma vez para a liberação do aborto em nosso país?
A verdade é que não há defensor do aborto que queira debater seriamente o assunto. Vem daí sua necessidade patológica de mentir e enganar sobre a realidade do problema. Políticos como Jandira Feghali não ajudam a resolver nada, pois são parte do problema.