No sábado, dia 18 de fevereiro, faleceu Norma McCorvey – a Jane Roe do caso Roe vs. Wade, que legalizou o aborto nos EUA. Norma confessou que mentiu na Corte e passou o resto de sua vida tentando reverter essa lei. Ela morreu como pró-vida.
Quando Norma descobriu que estava grávida pela terceira vez, ela estava solteira, desempregada, sem ter onde morar e desesperada por ajuda. Duas advogadas que queriam legalizar o aborto nos EUA a convenceram a levar o caso à corte americana, para que ela pudesse fazer um aborto legal.
Norma aceitou, e aconselhada pelas advogadas, mentiu à Suprema Corte Americana que havia sido estuprada por uma gangue. O processo durou três anos (tempo para o bebê de Norma nascer e ser colocado para adoção) e culminou com a legalização do aborto em todo território americano.
Após isso, Norma se declarou lésbica, começou a viver com uma companheira e a trabalhar numa clínica de abortos.
Um grupo evangélico alugou o estabelecimento comercial ao lado da clínica onde Norma trabalhava e começou a orar em frente ao local. A presença diária dos evangélicos orando pelo fim do aborto fez com que eles e os funcionários da clínica se conhecessem.
Apesar da desconfiança inicial, a amabalidade dos evangélicos fez com que Norma baixasse a guarda. As interações acabaram virando um convite para ir à igreja. Norma recusava, mas uma criança, filha de um casal pró-vida, com muita inocência insistia para que Norma viesse. Um dia então ela aceitou e a partir daí sua vida tomou uma direção completamente nova.
Ela passou a frequentar os cultos e a amizade com o grupo cristão pró-vida se estreitou, apesar disso ela resistia em seu posicionamento pró-aborto.
A mudança aconteceu de forma repentina. Em seu livro Won By Love ela conta:
“Eu estava sentada num escritório quando notei um cartaz de desenvolvimento fetal. A progressão era tão óbvia, os olhos eram tão doces. Doeu no meu coração, só de olhar para eles. Corri para fora e, finalmente, caiu em mim. ‘Norma’, disse para mim mesma, ‘eles estão certos.’
Eu tinha trabalhado com gestantes durante anos. Eu tinha passado por três gestações e partos eu mesma. Eu deveria saber. No entanto, algo naquele cartaz me fez perder a respiração.
Eu continuava olhando a imagem daquele pequeno embrião de 10 semanas e disse a mim mesma ‘É um bebê!’
É como se as escamas tivessem caído dos meus olhos e de repente eu entendi a verdade – é um bebê!
Me senti esmagada sob a verdade ao me dar conta disso. Tive que enfrentar a terrível realidade. O aborto não era sobre ‘produtos de concepção’. Não era sobre ‘falta de menstruações’. Era sobre crianças sendo assassinadas no ventre da mãe. Todos esses anos eu estava errada. Ao assinar a declaração juramentada, eu estava errada. Trabalhando em uma clínica de aborto, eu estava errada.
Chega dessa coisa de primeiro trimestre, segundo trimestre, terceiro trimestre. Aborto – em qualquer momento – estava errado. Era tão claro. Dolorosamente claro.”
Norma abandonou o emprego e confessou publicamente que não havia sido estuprada, que mentiu diante a Suprema Corte e que “toda indústria do aborto é baseada numa mentira”.
Ela afirmou que esse caso foi o maior erro de sua vida e que estava “dedicada a passar o resto da minha vida a desfazer a lei que leva o meu nome.”
De fato, Norma trabalhou incansavelmente pelo fim do aborto, participando de várias edições da March for Life, encontros pró-vida, eventos beneficentes e até sendo presa em duas ocasiões por protestar contra o ativismo pró-aborto do presidente Obama.
Em 1998 Norma se converteu a Igreja Católica, e no dia 18 de fevereiro morreu no Texas, como pró-vida, de uma doença cardíaca, aos 69 anos.