Melinda Gates, esposa de Bill Gates, declarou estar “profundamente perturbada” com a decisão de Donald Trump de retirar os fundos destinados a ações de planejamento familiar que incluam aborto.
No evento global Family Planning Summit (‘Cúpula para o Planejamento Familiar’, tradução livre) que ocorre esta semana em Londres, ela disse que espera que o congresso americano impeça o corte anunciado por Trump.
Os Estados Unidos é o maior financiador de serviços de planejamento familiar. Só neste ano, serão mais de $600 milhões; porém Trump decidiu que os EUA não irá mais contribuir com nenhuma organização internacional que inclua aborto e por isso cortou as verbas do governo americano que eram destinadas ao Fundo Populacional da ONU.
Isso cria uma gigantesca queda nos recursos para o aborto e pode fazer com que muitos serviços pró-aborto que estão se expandido no mundo deixem de existir.
Em vista disso, Melinda Gates anunciou que a fundação Bill & Melinda Gates aumentará os fundos para planejamento familiar (sem distinção contra o aborto) em 60%, com um extra de $375 milhões nos próximos quatro anos. Mas admitiu que isso “não é suficiente” para compensar o débito causado por Trump.
No encontro global, 64 novas políticas e compromissos financeiros foram feitos por governos, doadores, fundações e setores privados ali presentes.
O governo do Reino Unido anunciou aumentar as doações para planejamento familiar (sem excluir aborto) em £45 milhões por ano até 2022.
A secretária de desenvolvimento internacional, Priti Patel, definiu o planejamento familiar (incluindo a prática do aborto) como algo “crucialmente essencial” e ressaltou a importância de que garotas e mulheres “sejam donas do próprio corpo”.
A ministra da Holanda para o comércio, Lilianne Ploumen, anunciou uma doação extra de 5 milhões de euros para contracepção e aborto para garotas e mulheres em áreas de conflito. Ploumen, que criou uma iniciativa para levantar os fundos que foram cortados por Trump, declarou que a Holanda irá doar mais 11,5 milhões de euros para Central Emergency Respond Fund da ONU.
Outros grupos se prontificaram a contribuir com doações para “planejamento familiar” (eufemismo, pois inclui aborto) afim de compensar o corte de Trump; e representantes de países em desenvolvimento se comprometeram em aplicar em seus países as políticas estabelecidas no encontro.
Com informações: The Guardian
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