“Bebês meninas não contam”: uma história de mulheres

“Havíamos sentado precariamente na cozinha, quando ouvimos um gemido de dor vindo do quarto ao lado. Os gritos vindos do interior do cômodo aumentaram, e subitamente, pararam. Houve um soluço baixo e então a voz rouca de um homem disse acusadoramente: ‘Traste inútil!’

“De repente, eu pensei ter ouvido um leve movimento no balde de água suja atrás de mim. Para o meu absoluto horror, vi um pequenino pé ainda se movendo além da borda do balde. A parteira devia ter jogado aquele pequeno bebê ainda vivo no balde de água suja. Tive o instinto de ir em direção ao bebê, mas dois policiais que me acompanhavam seguraram meus ombros firmemente. ‘Não se mova. Você não poderá salva-la. É tarde demais’

“‘Mas isto é… assassinato… e vocês são a polícia!’ O pé agora estava inerte. Os policiais ainda me seguraram por alguns minutos. ‘Fazer isto com uma bebê menina não é grande coisa por aqui’, disse-me uma mulher mais velha tentando me confortar. ‘Mas era uma criança viva!’, eu lhe retruquei em uma voz trêmula, apontando para o balde. ‘Não é uma criança’, ela me corrigiu. ‘É uma bebê menina, e não podemos mantê-la. Por estes lados, você não poderá se virar sem um filho. Bebês meninas não contam’.”

O trecho que vai acima é a narração de uma das muitas histórias dramáticas presenciadas por Xinran Xue, escritora e radialista chinesa radicada na Inglaterra, em seu livro “Message from an Unknown Chinese Mother: Stories of Loss and Love”.

Os abortistas querem vender a todos a fábula de que a criminalização do aborto é uma das formas de violência contra a mulher no mundo. Faria bem a estas pessoas procurar saber o que acontece no mundo real, na China por exemplo.

É na China um dos locais em que podemos ver a pior face do que já é chamado de Generocídio (“Gendercide”): devido à política de 1 filho por casal, um absurdo número de bebês do sexo feminino têm o destino daquela pequenina bebê que foi afogada logo após seu nascimento em um balde de água suja na frente da escritora Xinran Xue.

O acesso a tecnologias de ultrassom, torna o drama ainda maior, pois fica facilitado o aborto de bebês meninas em fases ainda iniciais da gravidez. Facilitado mesmo, pois para quem tem coragem de afogar uma bebê recém-nascida, matar uma criança ainda no ventre de sua mãe deve ser coisa que beira o trivial.

China e Índia são os países que lideram este campeonato bizarro, sendo que os conseqüências desta masculinização da sociedade já vai deixando seus efeitos negativos. E o futuro, se nada mudar, deverá ser mais negro ainda.

Os gigantes asiáticos, ambos, têm leis que proíbem abortos devido à seleção por sexo. Funciona? Não! É claro que não, pois quem acha que tem o poder de escolher entre a vida e morte de crianças inocentes não vai mesmo ter pruridos morais entre escolher um menino e menina.

Mas a coisa não fica apenas nos países em desenvolvimento… Na civilizadíssima Suécia, um dos países pioneiros na legalização deste crime hediondo e onde o aborto é completamente liberado até a 18a. semana de gestação, a seleção por sexo é perfeitamente legal. Em virtude disto, não poucas são as mulheres norueguesas que viajam até a Suécia para para matar suas filhas não-nascidas, pois em seu país de origem esta seleção por sexo é (ainda) ilegal.

Pois é: a Suécia tornou ainda mais liberal o aborto e quem paga o pato, mais uma vez? As bebês do sexo feminino.

Ou seja, do comunismo ditatorial chinês até a desenvolvidíssima social-democracia sueca a maioria dos que andam morrendo ainda no ventre de suas mães são as mulheres.

E feministas/abortistas ainda querem que acreditemos que elas lutam contra a violência feita às mulheres? A multidão de meninas-bebês mortas do oriente ao ocidente mostra bem o tamanho desta mentira.

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Fontes:
The worldwide war on baby girls
Sobs on the night breeze

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