A contracepção artificial tem efeitos nocivos em toda sociedade

the pillPublico abaixo uma tradução livre de um artigo que saiu na newsletter da Human Life International que aborda as mazelas causadas na sociedade pela introdução da pílúla anticoncepcional.

A “enganação” do título vem do fato que hoje em dia, com a completa inversão de valores que atinge boa parte da sociedade, o mal é chamado de bem e a verdade fica bem escondida, inacessível a muitos. E é nestes tempos difíceis que nós, católicos, somos chamados a sermos pontos de luz na “escuridão espiritual” que nos cerca e oprime.

O artigo da sra. Jenn Giroux, mãe de 9 filhos e enfermeira, é primoroso por mostrar a força do ensinamento católico frente a valores distorcidos, que apenas deixa escravizado o homem junto ao deus-prazer, ao deus-sucesso, ao deus-bem-estar.

 

A alvorada da enganação demoníaca

Jenn Giroux

Para comemorar o 50o. aniversário de “A Pílula”, o Wall Street Journal publicou um artigo extenso e equivocado (“The Birth Control Riddle”, 10/04/2009) de autoria de Melinda Beck, chamando a chegada da pílula anticoncepcional de “a madrugada da contracepção confiável” que “iniciou a revolução sexual, terminou o ‘baby boom’ do pós-guerra e ajudou milhões de mulheres a entrar na força de trabalho”. A sra. Beck então passa a lamentar as “gravidezes não-planejadas” que ainda ocorrem hoje em dia, detalhando quão seguro é agora os novos e melhorados métodos de controle da natalidade.

Marshall McLuham, já falecido, um grande expert sobre a mídia que se converteu ao catolicismo, declarou antes de sua morte que “Os maiores veículos da mídia estão engajados em uma conspiração luciferiana contra a verdade”. Que grande verdade! A coluna da sra. Beck é um perfeito exemplo desta conspiração, incluindo gritantes mentiras e deturpações tais como:

  • “os benefícios ultrapassam os riscos” quando tomando “A Pílula”;
  • “(…) quanto mais uma mulher usa a pílula, menor é seu risco de adquirir câncer ovariano e endometrial”; e
  • “(…) a pílula não parece aumentar o risco de adquirir [câncer de mama]”.

Beck então passa a tranquilizar seus leitores com fontes tais como o Guttmacher Institute (o braço de pesquisas da Planned Parenthood) e chega a citar a Vice-Presidente de Assuntos Médicos da Planned Parenthood, que explica os efeitos adversos dizendo “Temos que ver as coisas em perspectiva. O risco de uma mulher ter problemas é substancialmente maior durante a gravidez”.

“A Pílula” e o amplo uso de outros contraceptivos na realidade levou-nos à “Madrugada da Enganação Demoníaca” nos EUA. Basta apenas que alguém veja alguns dos amargos frutos de “A Pílula” para entender o porquê.

  • Um estudo da Mayo Clinic mostra que mulheres que utilizam contraceptivos hormonais ao menos por 4 anos antes de sua primeira gravidez completa têm risco 52% maior de desenvolver câncer de mama.
  • Mulheres que usam contraceptivos hormonais por mais de 5 anos têm quadruplicadas suas chances de desenvolver câncer cervical.
  • Antes da revolução sexual e de “A Pílula” eram conhecidas 5 doenças sexualmente transmissíveis; hoje são mais de 30;
  • Há mais de 50 estudos médicos que indicam que o uso de contraceptivos orais e de Depo-Provera deixam as mulheres mais suscetíveis para quase todos os conhecidos fatores de risco do HIV.

Basta que olhemos ao redor hoje em dia e podemos ver quão corretamente o Papa Paulo VI predisse o que se seguiria se a contracepção fosse adotada em alta escala: uma queda geral nos padrões morais, um aumento na infidelidade, uma ainda maior objetificação das mulheres, e o uso da contracepção como uma arma. Famílias menores e mais famílias desfeitas, homossexualidade descarada, pornografia, e a coerciva política de somente um filho da China são apenas alguns dos óbvios lembretes da sabedoria do Papa Paulo VI ao reafirmar o ensino perene da Igreja sobre a contracepção na Humanae Vitae.

Expor as mentiras da contracepção é, na verdade, o grande desafio moral de nossos dias. É não apenas uma batalha pela vida, é uma batalha por almas.

Quando perguntada recentemente por uma grande revista para que dissesse seu maior arrependimento, Martha Stewart replicou: “Não ter uma dúzia de filhos”. Isto resume bem o geral “arrependimento pós-contraceptivo” que pesa muito nos corações e nas almas das mulheres que caíram nas mentiras da indústria do aborto. Até mesmo em famílias católicas a natalidade caiu, desde a década de 1960, de 5,5 para 2,1 filhos nos dias atuais, rejeitando as alegrias e desafios das famílias maiores em troca dos bens menores do conforto material, da “liberdade” e do sucesso profissional.

Vem à minha mente uma história da década de 1920 (ironicamente, a mesma época em que Margaret Sanger estava iniciando seus esforços para legalizar a contracepção e o aborto nos EUA) em que um garotinho olhava através de uma janela à tarde assistindo um homem acender um poste de luz a gás.

Sua mãe perguntou-lhe: “O que você está olhando?”

Como se a explicação fosse óbvia, o menino respondeu: “Estou vendo um homem fazer buracos na escuridão”.

Nos dias atuais é isto que Deus está pedindo a nós católicos — permanecer firmes no testemunho corajoso e “fazer buracos” na escuridão espiritual que nos cerca. Frente às enganações demoníacas espalhadas pela sra. Beck e por outros que ignoram a devastação trazida pela contracepção, devemos responder com a luz da verdade.

Nossa fidelidade diária ao plano perfeito de Deus para a sexualidade e o casamento através da recitação do rosário e dos sacramentos é o único caminho para retomar nossa cultura e nossa nação. Apenas através da utilização destes dons poderemos ajudar o retorno contracultural da castidade e da família.

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