Generocídio Feminino: o caso da Índia

Aos poucos um assunto que muitos gostariam que não viesse à luz do dia vai ganhando espaço. A desproporção entre o nascimento de meninos e meninas vai crescendo em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, sendo a China e a Índia os casos mais graves.

É bom que se diga que em países como estes dois o amplo acesso ao aborto somado à cultura local de desvalorização da mulher teve um efeito parecido com o de uma fagulha em um barril de pólvora. Na Índia, onde as meninas são encaradas como um peso para a família, até mesmo em famílias liberais e de mais alta renda, o generocídio feminino vem grassando em todas as classes sociais.

Em um país onde, apesar de ilegal, a prática do pagamento de dote pela família da noiva ainda é amplamente utilizada, o aborto seletivo de meninas tornou-se mera escolha econômica, coisa que faria abortistas darem pulinhos de alegria.

Isto, claro, acontece na Índia urbana, onde o acesso a equipamentos de ultra-sonografia é facilitado e disponível. Ao saberem que seu bebê é do sexo feminino, o aborto é uma possibilidade bem maior do que se tratasse de um menino. Com isto, a diferença entre o nascimento de meninas e meninos segue aumentando.

Proibida por lei, a prática de determinação do sexo durante a gravidez é praticada ilegalmente principalmente por famílias de mais alta renda, que não querem gastar recursos com um membro da família que, segundo a cultura local, lhes será um peso.

Como se vê, a legalidade e o acesso ao aborto somado a fatores econômicos e culturais é desastroso.

E na Índia rural, na parte mais miserável daquela nação? Lá, onde é difícil o acesso a equipamentos de ultra-sonografia, o sexo do bebê só é conhecido quando do nascimento. Mas nem assim muitas meninas escapam da morte e inúmeros casos de infanticídio são conhecidos e alguns são denunciados. Condenações? Poucas. Como no Brasil, a Justiça na Índia é falha e lenta.

Dhruv Sanghavi, um advogado de Nova Delhi, assim declarou sobre a prática do infanticídio:

“Estes não são casos isolados. Não penso que quando há povoados apenas com homens e meninos isto possa ser considerado uma coisa isolada. Evidente que, quando se olha a população da Índia como um todo, poucos são os casos que vêm à tona. Mas estes casos mostram que estas práticas ainda são comuns. (…) O fato de que isto ainda aconteça em algumas áreas rurais é realmente chocante.”

Engana-se muito quem pensa que a desproporção de nascimento de meninos e meninas é coisa pequena, um mero dado estatístico. O que muitos abortistas insistem em não ver é que a liberação do aborto é como abrir a Caixa de Pandora. Quando se relativiza a dignidade da vida humana para que ela se ajuste à falta de princípios morais podemos estar certos que o que virá a seguir não será nada bonito de se ver.

O infanticídio feminino que acontece nas áreas rurais da Índia é apenas um dos resultados mais horríveis do abortismo mundial. Às meninas que conseguem nascer nada lhes garante uma vida digna. Em áreas de alta desproporção entre homens e mulheres, há casos de jovens mulheres sendo compradas para “casar” com 4 ou 5 homens ao mesmo tempo.

Bizarro, não? Repugnante? Também. Mas o fato é que tal desproporção de nascimentos entre meninos e meninas jamais seria possível sem que em primeiro lugar escolhas econômicas e culturais tivessem preponderância sobre a dignidade da vida humana.

Fonte: Undesirable Gender: Some Baby Girls in India Killed by Their Families When Born

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