Médico aborta bebê saudável ao invés do gêmeo portador de deficiência

Se engana quem pensa que o aborto dos bebês com alguma deficiência não acabaria por violar o direito à vida de outros membros da sociedade.

O Tribunal Penal número nove de Sevilha, Espanha, condenou o médico F.M.V. por matar um bebê saudável num aborto seletivo em que deveria eliminar somente o irmão gêmeo deste, portador de uma deficiência cardíaca.

Conforme informações da ABC, em agosto de 2011 uma mulher recorreu a inseminação artificial para engravidar e foram implantado dois embriões. Na vigésima semana de gestação, um deles foi diagnosticado com uma “cardiopatia fetal grave”; o médico do Hospital Puerta del Mar de Cádiz considerou o feto inviável e a gestante foi encaminhada a clínica El Sur Atocha Clínica Ginecológica para um aborto seletivo (isto é, somente do bebê com deficiência).

O aborto foi realizado pelo ginecologista F.M.V., que durante o procedimento se equivocou e acabou abortando o bebê saudável. O ocorrido só foi identificado em janeiro de 2012, um mês após o aborto, durante uma ecografia no Hospital Puerta del Mar.

O caso foi levado ao tribunal e o médico F.M.V. alegou que o ocorrido se deve a “um erro humano que no momento não detectou”. Ele ainda adicionou que “a paciente estava muito nervosa e não colaborava” e justificou que “os fetos se movem e isso não se pode controlar porque se perde a orientação”.

O Tribunal condenou o médico a quatro meses de prisão, inabilitação do exercício da profissão por três anos e uma indenização de 50 mil euros à gestante. Não houve qualquer represália em proteção a vida ao bebê com problemas cardíacos. Apesar de sequer mencionado, se entende que ele foi abortado mais tarde, visto que a inseminação ocorreu em 2011 mas a mãe só veio a dar a luz em 2013.

Com informações de ABC.

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