Em 2012 o Daily Mail emocionou o mundo ao publicar a história de Lou Xiaoying, uma senhora – com então 88 anos e sofrendo falência renal – que apesar de sobreviver da coleta lixo já havia salvo mais de trinta recém-nascidos.
“Tudo começou quando encontrei o primeiro bebê, uma menina, em 1972, enquanto estava coletando lixo. Ela estava jogada na rua com o lixo, abandonada. Ela teria morrido se nós não a tivéssemos resgatado e levado para casa”, disse Lou.
Lou e o marido, para sobreviver, coletavam lixo nas ruas de Jinhua, província de Zhejiang, na China. O casal tinha uma filha biológica, mas quando encontraram, pela primeira vez, um bebê em meio ao lixo, não hesitaram em socorrer. “Vê-la crescer e ficar forte nos deu tanta felicidade”, declarou. “Percebi que se nós tínhamos força suficiente para coletar lixo, como não poderíamos reciclar algo tão importante como vidas humanas?”, acrescentou a coletadora.
A cada bebê que encontravam no lixo, a família aumentava. Parentes e amigos que queriam ajudar começaram a adotar as crianças, mas quatro foram criadas pelo casal.
“Essas crianças precisam de amor e cuidado. Todas elas são preciosas vidas humanas. Eu não entendo como as pessoas podem deixar um bebê tão vulnerável nas ruas”, disse Lou.
O marido de Lou faleceu em 1995. Já viúva e com 82 anos, ela encontrou no lixo o seu último bebê. “Apesar de eu estar envelhecendo, eu não podia simplesmente ignorar o bebê e deixar ele morrer no lixo. Ele parecia tão querido e tão necessitado. Eu tive que trazer ele para casa comigo”, disse. “Meus filhos mais velhos ajudam a cuidar do Zhang Qilin, ele é muito especial para todos nós.” Conforme a idosa mãe, o nome do menino em chinês significa “raro” e “precioso”.
Lou ganhando um beijo de Zhang Qilin. (Reprodução/YouTube)
A nível prático a história de Lou impressiona porque, apesar da condição de extrema pobreza, ela salvou bebês que, sem a sua compaixão, morreriam no lixo. Mesmo desempregada e dependente da coleta e reciclagem do lixo, ela socorreu e salvou os bebês que encontrou abandonados. Sua vida prova que, para ajudar, o recurso mais importante não é o dinheiro – mas a misericórdia.
Em 2014, BON TV China noticiou o falecimento de Lou Xiaoying, aos 91 anos. Na reportagem, os filhos de Lou declararam ter orgulho da mãe, e disseram que continuarão socorrendo os bebês que encontrarem.