A maquiavélica instrumentalização do estupro infantil para a causa do aborto

Uma nova notícia de estupro de uma criança no Espírito Santo divulgada no portal G1 deixa claro que a nova tática do abortismo no Brasil é usar casos parecidos para avançar a causa do aborto.

A tática é simples: usar o drama de meninas estupradas que engravidam para que a opinião pública seja aos poucos flexibilizada para o aborto em geral. Esta tática não é nova, já foi utilizada com sucesso em outros países.

Nos EUA, por exemplo, o famoso caso “Roe x Wade”, que abriu as portas para o aborto legal em todos os estados, foi baseado na alegação da vítima de que ela havia sido vítima de estupro, o que tempos depois foi admitido ser uma mentira. Mas o caso, que ganhou repercussão internacional, serviu para que o movimento abortista entendesse que o caminho para a total liberação do aborto torna-se mais fácil quando as pessoas são forçadas a dizer algo como “Sou contra o aborto, mas…”.

É por isto que agora e nos próximos meses veremos cada vez mais notícias deste tipo serem divulgadas pela grande mídia, que é parceira de longa data do movimento abortista no Brasil.

Há, porém, algumas perguntas que podemos fazer que ajudam a mostrar bem que os abortistas estão desavergonhadamente usando casos de estupros de vulneráveis como simples instrumentos para sua abjeta causa. Uma destas perguntas é: por que apenas agora a imprensa parece notar o drama de meninas como estas?

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2018, 21.154 bebês nasceram de mães com menos de 15 anos de idade. E mais… De 1996 a 2018, segundo o DATASUS, o Brasil teve 616.915 nascimentos de bebês cujas mães tinham menos de 15 anos. Cada um destes casos podemos dizer que o que ocorreu foi estupro de vulnerável, certo? Temos então uma média anual de 26.822,4 estupros de vulneráveis que resultam em gravidez. E isto dá o impressionante número de 73,5 nascimentos diários de bebês cujas mães, por terem menos de 15 anos, podemos classificar como tendo sido vítimas de estupro de vulnerável.

Por que então somente agora a grande imprensa resolveu dar atenção ao problema? E mais: por que nas notícias recentes o caso vem envolvendo apenas adultos como os perpetradores do abominável crime de estupro? Não existem, digamos, casos de menores de idade — com 17 anos, por exemplo — que estupram meninas com 14 anos ou menos? Por que estes mesmos portais de notícias, estes mesmos jornais, estas mesmas agências de imprensa não noticiam casos deste tipo? Será por que eles teriam que enfrentar a espinhosa questão da redução da maioridade penal, coisa que há muito vem sendo barrada pelos mesmos que defendem a total liberação do aborto no Brasil?

A verdade é uma só: a imprensa está instrumentalizando o drama de crianças vítimas de estupro para a causa do aborto. Com a subida ao poder de uma força política que se mostra bem diferente do que foi a atuação da dupla PT e PSDB em relação ao aborto, o movimento abortista do Brasil viu-se forçado a recorrer ao velho método de usar a gravidez resultante de estupro para ir aos poucos mudando a opinião pública em relação ao aborto como um todo.

É por isto que agora mais casos irão aparecer na imprensa. Não porque eles se importam com as meninas estupradas, não porque o drama lhes comove, mas apenas porque eles podem utilizar de forma abjeta e calculada da desgraça alheia, mesmo que isto envolva crianças vítimas de uma violência tamanha como estupro e pedofilia.

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