Chega a informação de um caso acontecido em Novo Hamburgo, onde um casal de jovens tentou abortar seu filho por medicamentos e o bebê nasceu vivo.
Segundo o página do Jornal NH, o casal Eduardo Alex Schmitt e Caroline Zimmer, de 21 e 18 anos, foram autuados em flagrante por tentativa de aborto. O delegado responsável pelo caso, Enizaldo Plentz, quer transformar o indiciamento em tentativa de homicídio. Isto se deve ao fato de que Eduardo teria causado ferimento na cabeça de seu filho com um alicate, quando tentava retirar o bebê do ventre de sua namorada. Eis o que o acusado alega em entrevista concedida ao jornal:
“É uma acusação injusta. Assumo que a gente tentou abortar um feto. A gente não sabia que ele ia sobreviver e, quando vi que estava vivo, fui logo para um hospital pra tentar salvar meu filho e minha namorada.”
Sobre a utilização do alicate, assim Eduardo tentou explicar:
“A Carol começou a ter contrações e eu peguei a ferramenta para ajudar a tirar o feto, que a gente pensava que estava morto, pois ela vinha tomando abortivos.”
Ainda segundo o jornal, os médicos que atenderam Caroline e o bebê chamaram a polícia quando viram o buraco feito na cabeça da criança, com o cérebro exposto. Eduardo e Caroline pagaram fiança de R$ 20.000,00 e estão aguardando em liberdade o desenvolvimento do inquérito. Segundo as mais recentes informações, o bebê segue internado no Hospital Municipal de Novo Hamburgo e sua condição é estável, mas sem previsão de alta. A guarda provisória da criança foi concedida aos avós paternos e os pais estão impedidos até o momento de ver seu filho.
Difícil até começar a comentar tal notícia. É um absurdo do início ao fim. Há uma geração de jovens irresponsáveis e inconseqüentes, que desejam todos os prazeres da vida adulta, mas que recusam arcar com as conseqüências de seus atos.
É de estarrecer como o rapaz parece mesmo achar que tudo estaria bem se seu filho — que ele prefere chamar pelo impessoal “feto” — tivesse morrido com a dose maciça de remédios abortivos que sua namorada ingeriu. É de estarrecer que ele em momento algum tenha pensado que estes remédios fariam um mal enorme à sua namorada, pois a única coisa que parecia importar era que o “feto” fosse eliminado e eles pudessem seguir com suas vidas normalmente. É de estarrecer que a jovem mãe tenha aceitado participar de tal coisa e expor a si e a seu filho a tamanho perigo.
Mas o absurdo das ações destes jovens, de sua profunda ignorância sobre fatos da vida adulta, de seu completo desconhecimento do que seja um aborto – a eliminação cruel de uma vida humana frágil e inocente — é resultado do que a sociedade brasileira fez e continua fazendo com as mais recentes gerações.
Nossos jovens são ensinados ao mais puro hedonismo desde a mais tenra idade, tudo os leva a acreditar que suas ações têm pouca ou nenhuma conseqüência, seja moral, profissional, afetiva ou até mesmo criminal. E a vida sexual destes jovens, que é iniciada cada vez mais cedo, é encarada apenas como uma brincadeira e não como um ato que tem finalidade unitiva e procriativa entre pessoas que se amam e dentro do casamento. Uma gravidez é encarada não como o fruto do amor do casal, mas como um empecilho a ser evitado para que a festa jamais possa ser interrompida.
É com um misto de revolta, pena e tristeza que lemos o porquê de o casal de namorados ter decidido pelo aborto de seu filho:
“A gente decidiu pelo aborto porque ela tinha se preparado, feito Enem. A Carol colocou metas na vida, tipo, daqui a seis anos e meio vou terminar minha faculdade, daqui a tantos anos quero morar num apartamento, meio que deixou a vida dela preparada e esse nenê agora nesse momento ia mudar a idéia de futuro dela. Eu também não queria. Achei que não estava preparado para ser pai.”
Impressionante que ele e sua namorada tenham a capacidade de pensar em suas vidas seis ou dez anos à frente, mas não consigam enxergar que uma relação sexual pode resultar em uma gravidez e tampouco pensar que o que ia no ventre de Caroline era o filho de ambos, e não um simples e impessoal “feto”.
Quem lê a entrevista de Eduardo Alex Schmitt fica com a impressão de que ele só se deu conta de que se tratava de uma vida humana, de que se tratava de seu filho, quando a criança se mexeu de dor:
“(…) [Caroline] Pediu para ajudar a tirar o nenê, o feto, porque a gente pensou que estava morto. Daí coloquei o dedo por dentro do corte e tentei puxar pra ajudar a tirar, pra fazer força, nisso acabou machucando mais ainda, rasgou uma parte da pele e daí o nenê se puxou e se movimentou pra dentro. Perguntei pra Carol se tinha feito alguma coisa, se tinha sentido, disse que não tinha feito nada, aí vi que estava vivo.”
Somente então ele parece ter se dado conta de que ali havia um ser humano! Seu filho! Até aquele momento, o que havia no ventre de Caroline era para ambos apenas um “feto” a ser abortado. Apenas então a realidade do que é um aborto parece tê-los atingido, e a realidade é que eles tentaram matar o próprio filho.
É o conhecimento desta realidade, não apenas a realidade do aborto, mas a realidade da vida em geral, que está sendo negado aos jovens de hoje por seus pais, por seus professores, pela mídia e até mesmo por religiosos. Praticamente a única coisa que estes jovens ouvem é “aproveitem a vida!”, “só se vive uma vez”, “faça sexo, mas sempre com preservativo” e outros incentivos semelhantes. Tudo como se nossa vida não fosse influenciada por nossas escolhas morais.
Em um tal ambiente, pode mesmo alguém se surpreender que um casal de namorados, ambos universitários, simplesmente não tivessem plena consciência de seus atos que levaram a tamanha tragédia? E seu filho por um triz quase paga com a vida…
Nesta história toda, uma coisa permanece estranha: por que os abortistas não aproveitaram a oportunidade de inundar a mídia com sua odienta propaganda pró-aborto? O que terá havido de diferente desta vez que os abortistas não botaram para girar suas engrenagens junto à mídia que lhes é francamente favorável?
A diferença toda é que desta vez não há um cadáver. Graças a Deus, nem a mãe e nem a criança morreram. Alguém pode apenas imaginar o barulho que ocorreria se a jovem mãe tivesse morrido… Não faltariam entidades abortistas e políticos oportunistas, tal como Jean Wyllys, para aproveitar e capitalizar em cima de um cadáver. E é claro também que os abortistas estão evitando este caso específico porque o bebê está vivo. Pegaria mal para eles ficarem gritando pela legalização do aborto enquanto um bebê de poucos dias está lutando pela vida em virtude de um aborto. O que eles falariam? “Devemos garantir que mais bebês não insistam em nascer com vida a cada aborto”? Não dá, não é mesmo?
Os abortistas têm evitado se aproximar da história porque nada se encaixa na propagando que eles insistem em empurrar para cima da população. A jovem mãe não é negra, ela não é desprovida de recursos, ela não é uma ignorante. Nada disto se encaixa no discurso justificador do aborto produzido pelos abortistas. Aos abortistas o que interessa mesmo é que as pessoas permaneçam como o pai do bebê, que só se deu conta de que aquele pequenino ser era seu filho após tê-lo machucado gravemente. Até então, para Eduardo Alex Schmitt, ele era apenas um “feto”, uma entidade abstrata e sem quaisquer direitos, sem nem mesmo o direito à vida. Não é exatamente isto o que dizem os abortistas?
É esta desumanização dos seres humanos em gestação a maior obra da Cultura da Morte capitaneada pelos abortistas. E o resultado final disto é um bebê lutando por sua vida após ter o cérebro exposto por uma ferida causada por seu próprio pai e dois jovens traumatizados por uma experiência que ninguém deseja ao pior de seus inimigos.
E mais triste ainda é pensar que o bebê que sobreviveu é um dos raros que teve a sorte de escapar das garras da Cultura da Morte. Quantos não tiveram como destino a lata de lixo após serem considerados por seus pais como coisas descartáveis, como simples “fetos”? E quantos mais ainda terão o mesmo destino enquanto os abortistas continuam enganando a todos dizendo que o aborto é a solução?
O pequenino bebê de Eduardo e Caroline é um sobrevivente e um herói de uma guerra que é travada contra a humanidade sob os olhares indiferentes de muitos que se dizem humanistas. Queria o Senhor Deus que ele não fique com seqüelas e que sua vida corra melhor do que a forma como ele foi trazido a este mundo.