Conexão Aborto e Câncer de Mama: o silêncio que mata

silencioA Dra. Angela Lanfranchi, que recentemente publicou um artigo mostrando a evidência de que o aborto e a utilização de contraceptivos hormonais é grande fator para o aumento do risco de câncer de mama (este artigo pode ser lido aqui), já no ano de 2006 dava declaração à imprensa denunciando o manto de silêncio sob o qual este assunto vai escondido.

Apesar de inúmeras evidências fisiológicas apontando para a conexão entre aborto/câncer de mama e contraceptivos hormonais/câncer de mama, inúmeras agências governamentais e associações médicas não disponibilizam estas informações às mulheres e ao público em geral.

Tal sonegação de informação tem conseqüências seríssimas para a saúde das mulheres. Para se ter uma pequena idéia, o câncer de mama é o único dentre os tipos de cânceres mais graves a apresentar crescimento no número de casos nas últimas décadas.

Contribuindo para este silêncio generalizado sobre o assunto estão os interesses da indústria abortista e de grandes companhias farmacêuticas, as maiores lucradoras com as “escolhas” das mulheres, que lhes dão lucros exorbitantes através do aborto e da venda de medicamentos hormonais.

Ao final o que se tem são ONGs feministas e abortistas, agências governamentais e associações de médicos e cientistas, todos mancomunados com grandes corporações para manter a esmagadora maioria das mulheres na ignorância sobre os riscos à saúde que elas mesmas causam a si próprias através do aborto e dos contraceptivos hormonais.

A conexão aborto/câncer de mama: a indesejada conseqüência da revolução sexual e da liberação feminina

Angela Lanfranchi MD FACS
Breast Cancer Prevention Institute

Nos últimos 20 anos como uma cirurgiã especializada em câncer de mama, tenho diagnosticado e tratado um crescente número de mulheres, especialmente mulheres jovens, com este tipo de câncer. Nos últimos 30 anos desde minha graduação, houve um aumento dramático de 40% na incidência de câncer de mama. Este é o único tipo mais grave de câncer a mostrar crescimento no EUA.

No último ano, de acordo com o National Cancer Institute, 1 em cada 7 mulheres atualmente tem câncer de mama. Há 30 anos, este número era de 1 a cada 12 mulheres. É a mulher na minha faixa etária, a geração “Roe x Wade” (N. do T.: Referência à decisão judicial que liberou o aborto nos EUA), que mais responde por este aumento.

A dramática mudança no estilo de vida trazida pela revolução sexual e pelo movimento de liberação da mulher são os maiores responsáveis pelo absurdo aumento de casos de câncer de mama que vemos nos dias atuais. Como participante em tais movimentos, posso falar sobre isto com propriedade. O fundamento de ambos os movimentos era o completo controle reprodutivo. Sem tal controle, a mulher não poderia gozar da mesma liberdade sexual como os homens. Mais importante, porém, sem tal controle as mulheres não serviriam para serem executivas, dado o receio de uma gravidez e a devida perda de produtividade. No início dos anos 70, muitos de meus colegas diziam que eu desperdiçaria minha educação em Medicina, pois eu logo deveria casar, engravidar e largar a carreira médica logo no início.

Controle reprodutivo tornou-se sinônimo de duas coisas: pílula anticoncepcional e acesso ao aborto. A população veio a confiar na disponibilidade do aborto no caso de uma falha da pílula. O caso “Casey x Planned Parenthood”, na Suprema Corte, confirmando a decisão já dada em “Roe x Wade”, veio a manter tal confiança. As mulheres pensavam que sem a garantia destas duas coisas jamais poderiam atingir a igualdade entre gêneros.

Não é a idéia de controle reprodutivo que é tão falha, mas sim a escolha dos métodos para atingi-lo. Estes métodos resultaram em conseqüências graves e não intencionais. Elas atingem as mulheres em mais aspectos do que apenas o físico, e eu as explicarei.

Em junho de 2005, 21 cientistas da Agência Internacional de Pesquisas em Câncer da OMS encontraram-se na França. Após uma cuidadosa revisão da literatura médica disponível, eles declararam que a combinação de medicamentos baseados na combinação de estrogêneo-progesterona usados na pílula anticoncepcional eram cancerígenos não apenas para a mama, mas também para cânceres do fígado e cervical. O risco de câncer de mama continua por 10 anos após a interrupção da ingestão destas drogas. Estrogêneo e progesterona são potentes esteróides sexuais. Eles são a contraparte feminina aos esteróides que os atletas masculinos ingerem. Ao menos 75% das mulheres norte-americanas e 85% das canadenses tomaram tais drogas em algum momento em suas vidas. Um recente artigo do Wall Street Journal trouxe a informação de que as pílulas anticoncepcionais contém doses mais altas até mesmo do que os medicamentos utilizados na terapia de reposição hormonal. Milhões de mulheres interromperam a reposição hormonal em 2002 por causa do temor de câncer de mama após a publicação do estudo da Women’s Health Initiative. E mesmo assim um importante ginecologista-obstetra foi citado no mesmo artigo dizendo que as vantagens da pílula “ultrapassa os pequenos riscos em potencial”. Em outras palavras, assumir riscos à saúde era aceitável para se ter um conveniente método de controle da natalidade. Aceitável para quem? Conveniente para quem? A mulher de 33 anos que tinha filhos pequenos que operei há algumas semanas por causa de um câncer de mama não deve pensar desta maneira. E nem devem pensar assim nenhuma de minhas outras pacientes durante todos estes anos de prática médica. Elas teriam preferido fazer uma escolha consciente dos diversos métodos de controle da fertilidade e não apenas que lhes fosse dito que a pílula é segura e também conveniente.

Até mesmo meus estudos publicados repetem estes mesmos sentimentos enquanto ignoram o fato de que um pequeno risco tomado por milhões de mulheres resulta em dezenas de milhares de casos de câncer de mama.

Câncer de mama é apenas um dentre os vários efeitos físicos e psicológicos do aborto. Estes têm sido bem documentados no livro “Women’s Health After Abortion: The Medical and Psychological Evidence”, de autoria de Elizabeth Ring-Cassidy e Ian Gentles.

A primeira vez que ouvi falar sobre a conexão entre aborto e câncer de mama foi em 1994 através de um médico e pensei que se tratava de uma delírio do movimento pró-vida. De mais a mais, eu era uma cirurgiã de mama bem sucedida e bem informada. E tal fato não aparecia em meus textos e nem era mencionado em eventos da comunidade científica. Mas quando eu atentei para o histórico de minhas próprias pacientes jovens com câncer, ali estava a associação. Ainda não convencida, não aprofundei sobre o assunto até que uma meta-análise do Dr. Joel Brind feita em 1996 mostrou que a preponderância dos dados confirmavam uma associação positiva. Após 3 anos de estudos mais aprofundados, fui levada, em 1999, a ter certeza de tal associação. Isto foi quando um professor de Harvard, um reconhecido especialista em avaliação de riscos, admitiu para mim que o aborto era um fator para o câncer de mama, mas que ele não falaria sobre isto publicamente. Foi apenas a partir daí que eu informei minhas pacientes sobre tal risco e me tornei uma defensora das mulheres nesta e em outras questões similares.

A conexão entre o aborto e o câncer de mama é simplesmente o resultado da biologia do corpo feminino. Um lóbulo é a unidade de tecido mamário que contém um duto de leite e glândulas produtoras de leite. Os hormônios da gravidez causam a duplicação do tamanho das mamas nos primeiros 2 trimestres pelo aumento do número de lóbulos vulneráveis ao câncer do tipo 1 e tipo 2. Por volta de 95% de todos os cânceres de mama iniciam-se nestes lóbulos. Os lóbulos resistentes ao câncer, os de tipo 3, não iniciam sua formação até a 32a. semana de gestação. Se a gravidez de uma mulher termina abruptamente com um nascimento naturalmente prematuro antes da 32a. semana, estudos mostram que o risco de um câncer de mama é mais do que duplicado. A gravidez prematuramente terminada deixa seus seios, após a mudança que ocorreu naturalmente, com mais focos para o início de um câncer. Estudos mostram que quanto maior o número de semanas antes do parto prematuro maior é o risco, pois a mulher, desta maneira, teve mais tempo para desenvolver lóbulos vulneráveis ao câncer. E ela também não conseguiu obter o efeito redutor a este risco que é obtido através de uma gravidez que chega ao término esperado. Tais fatos não são motivos de controvérsias em eventos ou em textos científicos.

E ainda, se uma mulher tem sua gravidez terminada por um aborto, que pode ser descrita por um médico induzindo o parto prematuro de um feto desmembrado, então torna-se vividamente disputado que isto resulta no mesmo risco de câncer de mama como acontece com o parto prematuro. E isto a despeito do fato de que o impacto no corpo da mulher fisiologicamente é o mesmo em ambas as situações.

Por que organizações de combate ao câncer tais como a American Cancer Society e a Canadian Cancer Society não informam às mulheres sobre este risco? Acredito que elas estão relutantes em contradizer a organização mais respeitada e reconhecida mundialmente quando o assunto é câncer, o National Cancer Institute (NCI) dos EUA.

Por que o NCI não alertou o público sobre estes riscos já documentados? Esta evidência mostra que há sérios conflitos éticos nas agências governamentais dos EUA, neste particular entre o National Institutes of Health (NIH) que abrange o NCI e a Federal Drug Administration (FDA). Há também uma história fartamente documentada de similar má conduta em um passado recente.

Como reportado em fevereiro de 2005 pelo jornal Los Angeles Times, o diretor do NIH, Dr. Zerhouni, vetou que os cientistas daquela agência recebessem qualquer verba de companhias farmacêuticas porque ele queria que “o NIH fosse uma fonte confiável de informações sobre saúde”. Antes disto, os cientistas daquela agência podiam acumular consultorias para as empresas farmacêuticas e serem por isto bem pagos em dinheiro e ações. Naquele mesmo ano o jornal britânico Nature reportou um estudo indicando que 20% dos cientistas subvencionados pelo NIH admitiram, anonimamente, má conduta científica tal como mudar os resultados de um estudo por causa da pressão de uma fonte de recursos.

Isto não é novidade. O antigo diretor da FDA, David Kessler, escreveu um livro entitulado “A Question of Intent: A Gret American Battle with a Deadly Industry”. Neste livro ele descreve como a indústria do tabaco através da sua influência política e econômica escondeu com sucesso por décadas a ligação entre o consumo de cigarro e o câncer de pulmão, tudo com o apoio do NCI e de associações médicas tais como a AMA (American Medical Association) e a American Cancer Society. Quem lê este livro reconhecerá os mesmos discursos e técnicas usadas para esconder a verdade da conexão entre aborto e câncer de mama. Como um exemplo, é por diversas vezes dito que “mais estudos são necessários” ou “se há alguma ligação, ela é muito fraca”.

Tal como na indústria do tabaco, enormes lucros são conseguidos pelas indústrias farmacêutica e do aborto que são adeptas de fazerem lobbies junto às agências que deveriam proteger o público.

Neste exato momento, o antigo Comissário da FDA, Lester Crawford, está sob investigação por suspeitas de transações financeiras impróprias feitas com ações de uma companhia regulada pelo FDA e que tem um assunto pendente por causa da pílula do dia seguinte. Ele invocou a 5a. Emenda Constitucional, que lhe dá o direito de não se incriminar.

Onde estão os grupos feministas que dizem apoiar os direitos femininos e a saúde reprodutiva das mulheres? Por que tais entidades permanecem em silêncio quando há tantas evidências de que as mulheres têm sido enganadas sobre as conseqüências da pílula e do aborto?

Onde estão os médicos? Especialmente as mulheres médicas? Uma das maiores e mais antigas associações de mulheres médicas é a American Medical Women’s Association, mas seus estudos mostram que esta associação tem sido tão influenciada pela ideologia de acesso ao aborto que foram perdidas toda a lógica e senso comum. Esta organização apóia o aborto por nascimento parcial e é contrária às notificações dos pais em caso de abortos em adolescentes. Tais posicionamentos puseram minha filha de 14 anos em um grave risco. Em meu estado natal, New Jersey, minha filha pode ser legalmente levada a poucos kilômetros para fazer um aborto de segundo trimestre sem meu conhecimento ou consentimento. Ela poderia morrer ou ser ferida e eu não teria qualquer base legal para tomar providências contra este absurdo. A Planned Parenthood (N. do T.: Esta é a maior cadeia abortista dos EUA) pode dar à minha filha menor de idade perigosas drogas à base de esteróides na forma de pílulas, adesivos, anel vaginal ou injeção sem meu conhecimento ou consentimento. Estas drogas podem causar-lhe câncer de mama ou um derrame. Revistas direcionadas às adolescentes alertam suas leitoras jovens que consultas feitas ao médico de família poderão ocasionar que seus pais sejam informados pelo seguro de saúde para o fato de que elas estão tomando anticoncepcionais. E é dito a estas mesmas leitoras que seus pais não serão notificados se a Planned Parenthood lhes fornecer os anticoncepcionais.

O papel de um governo é o de proteger todos os seus cidadãos. As mulheres têm sido enganadas sobre a segurança de drogas à base de estrogêneo-progesterona. Elas têm sido enganadas sobre a segurança do aborto. O governo precisa proteger as mulheres das indústrias farmacêutica e do aborto, as mesmas indústrias que permitem e promovem drogas e procedimentos inseguros e não testados em mulheres.

Os médicos não têm mantido o juramento de Hipócrates em tais assuntos, pois deveriam utilizar-se destas drogas esteróides encontradas nos contraceptivos com muito cuidado e precaução.

É apenas porque há um grande número de mulheres com câncer de mama que os devastadores efeitos destas drogas não podem mais ser ignorados.

É por causa dos esforços de mulheres que agora não mais aceitam o silêncio sobre este assunto que os devastadores efeitos do aborto não podem mais ser ignorados.

As mulheres precisam aprender como verdadeiramente obter poder sobre suas vidas através do aprendizado sobre seus corpos e do planejamento de suas gravidezes com métodos naturais e confiáveis de controle da fertilidade. Elas não devem mais permitir serem vitimadas por médicos até bem intencionados, mas que estão muito mal informados.

É chegado o tempo de as mulheres encararem as indesejadas conseqüências da pílula e do aborto. É chegado o tempo de elas tomarem um efetivo controle sobre sua fertilidade e seus corpos com métodos naturais de planejamento familiar.

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