“Fui abortada, por isso defendo a vida em qualquer circunstância”

Tweeter“Minha mãe me abortou e nasci viva com 6 meses. Fui abandonada
no hospital e sou grata a Deus por minha vida.”
Massiel Moreno, sobrevivente de um aborto

“Se fala dos direitos das mulheres, do direito de escolha sobre o seu corpo. Porém quem defendeu os meus direitos? Quem me protegeu e impediu que me machucassem?”, questionou Massiel Moreno, sobrevivente de um aborto, à Comissão de Saúde do Senado do Chile, em razão de um projeto de lei de legalização do aborto.

“Minha mãe me abortou porém nasci viva”

Massiel nasceu durante um aborto que falhou. Ela tinha 6 meses de vida intrauterina e, ao sair do ventre de sua mãe biológica, pesava 1,700 gramas e media 36 centímetros. Até hoje Massiel sofre sequelas causadas pelo aborto – dentre as quais uma paralisia cerebral que afeta a capacidade psicomotora, a psicomotricidade fina e o movimento.

Como consequência do aborto, ela precisou ficar meses numa incubadora no hospital. Apesar dos péssimos diagnósticos de quando era bebê, um casal que não podia ter filhos a adotou. Massiel teve de passar por múltiplas cirurgias e por 18 anos precisou frequentar o centro de reabilitação Teletón.

Mesmo com tantas limitações, ela queria estudar e se formar. Ela realizou esse sonho em 2012, quando conseguiu o seu diploma de jornalista.

“Eu, que fui abortada, estava trazendo outra vida ao mundo”

Depois disso, ela se casou e engravidou – os médicos disseram que a gravidez agravaria a sua deficiência e que seria muito difícil – mas os prognósticos médicos nunca se cumpriram e hoje ela é mãe de uma menina perfeita e saudável.

Em agosto de 2016, Massiel fez um discurso aos parlamentares chilenos e afirmou: “O aborto é o sentimento mais egoísta que um ser humano pode ter. Eu nasci como sou por causa de um aborto, mas apesar disso, eu amo a minha vida tal como é. [Se não tivesse sido abortada] quem sabe eu tivesse tido uma vida mais fácil e com menos dores, disfrutando da minha filha de outra maneira. Fui privada de muitas coisas por causa do aborto.”

“Lamento pela minha mãe biológica, imagino que ela deve sofrer pelo que passou comigo. Quem dera eu lhe pudesse dizer que não sofra porque eu sou muito feliz.”

Ela questionou os legisladores: “Se fala dos direitos das mulheres, do direito de escolha sobre o seu corpo. Porém quem defendeu os meus direitos? Quem me protegeu e impediu que me machucassem? Minha mãe adotiva é extraordinária, minha família é o meu maior tesouro e defendo a vida em todas as circunstâncias. Sou totalmente contra o aborto porque todo ser humano tem direito a viver o que lhe cabe viver, por terrível que seja.”

E completou: “Deste ato de morte, saiu a vida; e essa vida se expandiu, floresceu e agora eu pude dar a vida. Sou uma pessoa agradecida a Deus e a vida. Eu sou amada e posso amar. Não peço mais nada. Só que vocês, senhores legisladores, não aprovem uma lei que vai impedir que nasçam bebês que têm direito a nascer. Me chamo Massiel Moreno e sou sobrevivente de um aborto.”

 

Veja o vídeo do discurso de Massiel Moreno aos legisladores chilenos (não esqueça de colocar os subtítulos em português):

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