Estratégia no movimento pró-vida: a falha na Argentina e o acerto de Honduras

Por Jonathon Van Maren

Apesar da imensa Ola Celeste (e uma sólida maioria pró-vida), o aborto foi legalizado na Argentina no mês passado depois que vários senadores foram pressionados a mudar seus votos pelo presidente de extrema esquerda Alberto Fernández.

E hoje, enquanto ativistas pró-aborto pressionam por um maior afrouxamento das restrições ao aborto no Chile, outros líderes latino-americanos se manifestam para condenar a medida.

Depois da queda da Argentina, aumentou a luta pelo aborto nos países latino-americanos que são de maioria pró-vida. O movimento pró-aborto, representado por seus lenços verdes, cheira a sangue.

Nos últimos anos, o movimento Ola Celeste tem resistido com sucesso, com vitórias significativas na Guatemala, República Dominicana, Equador e Chile. Agora, os legisladores em Honduras estão tentando repetir o que os irlandeses fizeram em 1983 quando inseriram com sucesso a 8ª Emenda protegendo a vida desde a concepção na constituição, garantindo que fosse inacreditavelmente difícil legalizar o aborto (a 8ª Emenda salvou centenas de milhares de vidas e esteve em vigor por 35 anos, até ser revogada pelo referendo de 2018).

O aborto é ilegal em todas as circunstâncias em Honduras, e os pró-vida agora estão pressionando para aprovar uma reforma constitucional no Congresso que, como exposto no The Guardian, “tornaria virtualmente impossível legalizar o aborto no país – agora ou no futuro. ” A nova lei exigiria que um mínimo de três quartos do Congresso votassem a favor da mudança da lei de aborto hondurenha, o que aumenta “o limite de votos acima do que normalmente é necessário para reformas constitucionais a um nível quase impossível de superar”.

Tal como na Irlanda, a reforma constitucional também garantiria que uma decisão do Supremo Tribunal Federal não pudesse simplesmente derrubar as leis pró-vida de Honduras – uma tática confiável e eficaz para ativistas do aborto quando a opinião pública não está do seu lado. (Nessa arena, os abortistas recentemente sofreram uma decepção quando a Suprema Corte mexicana rejeitou a descriminalização do aborto em uma surpreendente decisão de 4 para 1.)

Depois das rondas de negociações de Fernández e a movimentação dos ativistas pró- aborto em vencer a todo custo, os pró-vidas hondurenhos estão chamando a nova medida de “escudo contra o aborto”. Oponentes como Cristina Alvarado, do ironicamente chamado Movimento de Mulheres pela Paz, disseram ao The Guardian que “[é] um escudo para deter a onda verde. [Os legisladores] querem proteger [o país] contra a possibilidade de uma futura legislação que descriminalize o aborto ”. Isso é preocupante para os ativistas pró-aborto, pois pode abrir “um precedente que os ativistas temem que possa ser replicado em toda a região para impedir o avanço dos direitos reprodutivos das mulheres¹”.

[¹Nota da tradutora: bem sabemos que esse jogo de palavras – “direitos reprodutivos das mulheres” – é um eufemismo que quer dizer poder assassinar bebês no ventre]

Até mesmo os legisladores da esquerda em Honduras admitem que os hondurenhos são contra o aborto – quando os legisladores votaram sobre a legalização dos abortos eugênicos e também do feticídio em caso de estupro ou incesto em 2017, apenas 8 dos 128 legisladores votaram a favor.

Isso não foi, como dizem os ativistas pró-aborto, legisladores conservadores impondo sua vontade ao povo, mas sim um reflexo da vontade do povo. Os hondurenhos – e a maioria dos latino-americanos – não querem que o aborto seja legalizado. Mesmo no México, décadas de ativismo pró-aborto não balançaram a maioria pró-vida.

Sem o apoio da opinião pública, os ativistas pró-aborto tiveram que recorrer a outras táticas; isto é: elegendo políticos que simpatizam com agendas progressistas; tentando mudar a opinião da população com uma torrente de histórias trágicas na extrema imprensa e apresentando o aborto como a única solução para circunstâncias difíceis; com a pressão de nações ocidentais, organismos internacionais e ONGs; e disparando processo judicial após processo judicial para derrubar as leis pró-vidas.

Os legisladores hondurenhos perceberam que a opinião pública nem sempre dita as políticas públicas e estão tomando medidas para garantir que os nascituros continuem protegidos pela lei.

Talvez este seja o início de uma nova fase na estratégia política do movimento Ola Celeste. Eu certamente espero que sim.

Fonte: Life Site News

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