O aborto foi legalizado na Espanha em 1983, mas mesmo depois de quase 4 décadas, para a grande maioria dos médicos e profissionais de saúde ainda é algo que enoja. Apenas um grupo especial de técnicos, cada vez mais velho, o realiza.
A abortista Eva Rodríguez declarou numa entrevista que apesar de legal “o aborto continua sendo uma prática estigmatizada e não normalizada”.
Os abortórios se encontram sem renovação geracional dos profissionais. O médico jovem que faz aborto é aquele que está desesperado por dinheiro e não tem muitos escrúpulos. Às vezes são imigrantes, muitas vezes médicos cubanos.
“Temos um sério problema, não há mudança de geração”, disse Eva, e explicou que os médicos do aborto “são os mesmos que há 30 anos pediram a descriminalização [da prática do aborto]”. “Os médicos jovens não querem complicar a vida nem serem estigmatizados”, acrescentou.
“Estamos perante uma falta de substituição de especialistas”, alertou. “Devemos levar em consideração que os [atuais] profissionais vão se aposentar”.
O problema – que Eva não vê – é que o aborto, mesmo que se torne legalizado, nunca se torna normal.
Exterminar a vida do nascituro é contrário à vocação médica de curar e salvar vidas.
Por isso, como a própria Eva disse: “na carreira profissional de um ginecologista, [abortar] não acrescenta, não dá prestigio na trajetória profissional”.
Objeção de consciência
De acordo com o Serviço de Saúde caso de Castilla-la Mancha, uma região de 2 milhões de habitantes, a objeção de consciência é completa e vai dos zeladores até os obstetras. Como resultado, nenhum aborto é realizado em hospitais ou centros públicos. Ali, apenas duas clínicas privadas oferecem o serviço.
Além do problema da rejeição do aborto por parte da classe médica espanhola, a indústria do aborto admite que a atuação de grupos pró-vida os enfraquece.
40 dias pela vida
Clínicas de aborto na Espanha confirmam o quanto lhes afeta a presença de grupos pró-vida visíveis ao lado de seus centros: afasta clientes e também desanima os trabalhadores do setor. “Aumenta o estigma”, dizem.
A abortista Francisca García Gallego afirmou: “que critiquem o que você está fazendo… afeta emocionalmente”.
É por isso que pró-abortos querem que grupos pró-vida sejam proibidos de rezar próximo às clínicas de aborto, e indicam que na França já existe uma lei que impede isso.
Por enquanto, há liberdade de expressão na Espanha e grupos de oração como o 40 Dias pela Vida podem ajudar muito com a oração.
Com informações: Religión en Libertad